13/10/07

Contra Mar e Vento

Por trás da casa estava-se melhor. Não havia tanto calor. Áquela hora, depois do meio dia, havia sempre um bocado de sombra. O meu avô contava casos do mar, a vizinhança vinha catar piolhos, os homens fumavam e as enxadas criavam ferrugem. Era já tarde e a respeito de chuva, nada. O céu andava escancarado. O mundo, seco como a lenha. Nem um borrifo para apagar a poeira do chão. Os animais, destripados. Tudo como se viesse um redemoinho e varresse os campos.
[Teixeira de Sousa. Contra Mar e Vento]

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